terça-feira, janeiro 23, 2007

Datação relativa - Princípios litostratigráficos

Actualmente, graças às datações radiométricas, podemos saber que a idade da Terra é de, aproximadamente, 4600 milhões de anos. Este cálculo é relativamente recente.
No final do século XVIII, James Hutton reconheceu que a Terra tinha uma longa história geológica e referiu a importância do tempo como componente de todo o processo geológico.
No século XIX, Sir Charles Lyell e outros estudiosos dos fenómenos geológicos demonstraram que o planeta experimentou uma série de ciclos onde alternavam episódios de erosão com fenómenos de formação de montanhas, e que para que tal ocorresse eram necessários muitos milhares de anos. Ainda que estes cientistas fossem pioneiros na compreensão dos fenómenos geológicos, não tinham a capacidade de conhecer a sua idade verdadeira. Deste modo, estes geólogos dependiam unicamente da datação "relativa", ou seja, tentavam colocar as formações rochosas numa adequada sequência de formação.
As técnicas que então foram desenvolvidas ainda hoje são muito utilizadas. Uma das técnicas de datação "relativa" consiste na identificação de superfícies de descontinuidades estratigráficas.

Quando observamos os estratos numa determinada formação sedimentar, resultantes de uma deposição sem que tenha ocorrido uma interrupção da sedimentação, dizemos que são concordantes. Em certos locais podemos observar estratos concordantes que representam intervalos de tempo muito específicos, por exemplo um andar. No entanto, não existe nenhum local no planeta que apresente um registo contínuo da sedimentação, ou seja, um conjunto completo de estratos concordantes.
No decurso da História da Terra, a sedimentação teve interrupções durante períodos de tempo mais ou menos longos. Todas essas lacunas no registo sedimento lógico são denominadas descontinuidades estratigráficas. Uma descontinuidade estratigráfica representa um determinado período de tempo durante o qual ocorreu uma interrupção na sedimentação, verificando-se nesse intervalo de tempo, por exemplo, fenómenos erosivos que eliminam as rochas anteriormente formadas.
As descontinuidades estratigráficas podem ser classificadas em três tipos básicos: discordâncias, paraconformidades e inconformidades.

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